sábado, 3 de agosto de 2013

PARA ESTUDAR:

PROPOSTA CURRICULAR PARA EDUCAÇÃO INFANTIL
                             CURRÍCULO DA EDUCAÇÃO INFANTIL
As instituições de educação infantil nasceram na França, no século XVIIII, em resposta à situação de pobreza, abandono e maus tratos de crianças pequenas, cujos pais trabalham em fábricas, fundição e minas criadas pela Revolução Industrial. Todavia os objetivos e formas de tratar as crianças dos extratos sociais mais pobres da sociedade não eram consensuais. Setores da elite defendiam a idéia do que não seria bom para a sociedade como um todo que se educassem as crianças pobres; era proposta a educação da ocupação e da piedade (OLIVEIRA, 1995).
Durante muito tempo, as instituições infantis, incluindo as brasileiras organizavam seu espaço e sua rotina diária em função de ideias de assistência, de custódia e de higiene da criança. A década de 1980 passou por um momento de ampliação do debate a respeito das funções das instituições infantis para a sociedade moderna, que teve início com os movimentos populares dos anos de 1970 (WAJSKOP, 1995).

A partir desse período, as instituições passaram a ser passadas e reivindicadas como lugar de educação e cuidados coletivos das crianças de zero a seis anos de idade.
A abertura política permitia o reconhecimento social desses direitos manifestados pelos movimentos populares e por grupos organizados da sociedade civil. A Constituição de 1988 (art.208, e inciso IV), pela primeira vez na história do Brasil, definiu como direito das crianças de zero a seis anos de idade é dever do Estado o atendimento à infância.
Muitos fatos ocorreram de forma a influenciar estas mudanças: o desenvolvimento urbano, as reivindicações populares, o trabalho da mulher, a transformação das funções familiares, as idéias de infância e as condições socioculturais para o desenvolvimento das crianças.
Ao constituir-se em um equipamento só para pobres, principalmente no caso das instituições de educação infantil, financiadas ou mantidas pelo poder público, significou, em muitas situações, atuar de forma compensatória para sanar as supostas faltas e carências das crianças e de seus familiares. A tônica do trabalho institucional foi pautada por uma visão que estigmatizava a população de baixa renda. A concepção educacional era marcada por características assistencialista, sem considerar as questões de cidadania ligadas aos ideais de liberdade e igualdade.
Modificar essa concepção de educação assistencialista significa atentar para várias questões que vão além dos aspectos legais. Envolve principalmente, assumir as especificidades da educação infantil e rever concepções sobre a infância, as relações entre classes sociais, à responsabilidade da sociedade e o papel do Estado em relação às crianças pequenas.
Embora haja um consenso sobre a necessidade de que a educação, para as crianças pequenas deva promover a integração entre os aspectos físicos, emocionais, afetivos, cognitivos e sociais da criança, considerando que esta é um ser completo e indivisível, as divergências e estão exatamente no que se entende sobre o que seja trabalhar com cada um desses aspectos.
Polêmicas sobre cuidar e educar, sobre o papel do afeto na relação pedagógica e sobre educar para o desenvolvimento ou para o conhecimento tem-se constituído no pano de fundo sobre o qual se constroem as propostas em educação infantil.
 FUNDAMENTAÇÃO LEGAL
 Considerações.
Na Constituição do Brasil Seção I – da Educação em seu artigo (205) destaca que: A educação direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Já na LDB – Diretrizes e Bases da Educação Nacional – lei 9394/96 em seu art. 29 regulamenta a Educação Infantil, definindo-a como a primeira etapa da educação básica. Tendo por finalidade o desenvolvimento integral da criança até os 6 anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.
A lei também estabelece que a Educação Infantil será oferecida em creches, para crianças de até 3 anos, e em pré-escolas, para crianças de 4 a 6 anos.
Segundo o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica – FUNDEB ( hoje FUNDEF) em seu Art. 60 determina que: agora é definitivo, todas as crianças a partir dos seis anos de idade devem estar matriculadas no ensino fundamental. Portanto a Educação Infantil atenderá crianças de 0 a 5 anos e 9 meses.
A implantação de uma verdadeira Educação Infantil precisará contar com a colaboração do sistema de saúde e dos órgãos de assistência social.
A responsabilidade deste nível inicial de educação pertence aos municípios, mas as empresas são chamadas a dividir este encargo, pela obrigação de garantir assistência gratuita para os filhos e dependentes de seus empregados em creches e pré-escolas, além da prevista com o recolhimento do salário educação.
 Diretrizes
Educar e cuidar de crianças de 0 a 5 anos supões definir previamente para que isto será feito e como se desenvolverão as práticas pedagógicas, visando a inclusão das crianças e de suas famílias em uma vida de cidadania plena.
As instituições de Educação Infantil são equipamentos educacionais e não apenas de assistência, nesse sentido, uma das características da nova concepção de Educação Infantil, reside na integração das funções de cuidar e educar.
As instituições infantis além de prestar cuidados físicos, criam condições para o seu desenvolvimento cognitivo, simbólico, social e emocional. Nela se dão o cuidado e a educação de crianças que aí vivem, convivem, exploram, conhecem, construindo uma visão de mundo e de si mesmas, constituindo-se como sujeitos. Para as crianças pequenas tudo é novo, devendo ser trabalhado e aprendido. Não são independentes e autônomas para os próprios cuidados pessoais, precisando ser ajudadas e orientadas a construir hábitos e atitudes corretas, bem como estimuladas na fala e no aprimoramento de seu vocabulário.
O bom relacionamento entre pais, educadores e crianças, é fundamental durante o processo de inserção da criança na vida escolar, além de representar a ação conjunta rumo à consolidação de uma pedagogia voltada pra a infância.
A instituição de Educação Infantil deverá proporcionar às crianças momentos que a façam crescer, refletir e tomar decisões direcionadas ao aprendizado com coerência e justiça.
A Estrutura Curricular e Seus Eixos Norteadores
A criança desde que nasce é um ser ativo. Possui um repertório de condutas ou reflexos inatos que lhe permite interagir com seu meio e experimentar as primeiras aprendizagens, consistindo nas adaptações que faz às novas condições de vida. O contato do bebê com o meio humano, transforma essas condutas inatas em respostas complexas. Aos poucos assimila novas experiências, integrando-as aos que já possui, gerando novas respostas. Este processo de adaptação às condições novas que surgem se dá ao longo de toda a infância.
Durante o primeiro ano de vida, a criança constrói um pensamento essencialmente prático, ligado à ação, a percepção e ao desenvolvimento motor. É através dessas ações que a criança processa informações, constrói conhecimentos e se expressa desenvolvendo seu pensamento.
Ao final do primeiro ano de vida, as ações das crianças passam a ser cada vez mais coordenadas e intencionais.
O desenvolvimento da função simbólica tem importância ao desenvolvimento psicológico e social da criança; internalizam funções e capacidade ao longo do seu processo de desenvolvimento e vai situando e ampliando sua participação no universo social.
O aperfeiçoamento da linguagem, o aumento do vocabulário deverá ser permeado pela diversidade de experiências e oportunidades sem contextos significativos para a criança.
No que se refere ao desenvolvimento físico motor, os três primeiros anos de vida, representam a fase em que o crescimento ocorre de maneira mais acelerada. Elas quadruplicam de peso e dobram a altura em relação ao nascimento, adquirindo movimentos voluntários e coordenados. Controlam a posição de seu corpo e o movimento das pernas, braços e tronco, significa que correm, rolam, deitam e tantas outras coisa.
O desenvolvimento motor se dá quando a criança adquire padrões de movimentos musculares, controle do próprio corpo e habilidades motoras, onde alcança possibilidades de ação e expressão. Está relacionado com o desenvolvimento psíquico, principalmente no primeiro ano de vida. Ao desenvolver a ação motora a criança está construindo conhecimento de si próprio sobre o mundo que a cerca. Esta relação construtiva que a criança estabelece com objetos, acontecimentos e pessoas constituirão uma base fundamental para o seu desenvolvimento cognitivo, afetivo e social.
Aos três anos, a criança já possui um repertório de conhecimentos construídos, a partir de suas experiências. Há um desenvolvimento claro das habilidades sociais ampliando os vínculos afetivos e sua capacidade de participação social.
A criança dos três aos cinco anos de idade, apresenta seu desenvolvimento de forma menos acelerada, caracterizado pelo progresso advindo das fases anteriores.
O desenvolvimento da capacidade de simbolização progride através da linguagem, da imaginação, da imitação e da linguagem. Ela faz uso do repertório cada vez mais rico de símbolos, signos, imagens e conceitos para mediar à relação com a realidade e o mundo social.
A linguagem é bem desenvolvida, devido a diversificações de situações, pois amplia a expressão verbal, tendo quase que um domínio completo de todos os sons da língua por volta dos cinco anos de idade.
Centrado nos eixos Formação Pessoal e Social e Conhecimento do Mundo, o ensino e a aprendizagem são atividades conjuntas, compartilhadas, que asseguram à criança ir conhecendo e contribuindo, progressivamente, o mundo que a envolve com os objetos, pessoas, os seus sistemas de comunicação, valores, além de ir conhecendo a si mesma.
Com o fazer lúdico, pensa reflete e organiza-se para aprender em dado momento. Estas vivências são fundamentais para o processo de alfabetização e letramento.
Devem-se considerar os conhecimentos que a criança já possui e suas várias experiências culturais para efetuar a ação pedagógica compartilhando, auxiliando a enfrentar novas perspectivas, mas do modo como à criança vê, apenas orientando e praticando até encontrar o fortalecimento nas relações pessoais, sociais e de conhecimento geral.
Propor para as crianças um mundo de interação contribuirá para um desenvolvimento emocional, social, fundamentando-as nas suas formações, e na realidade de cada um.
Dentro desta perspectiva de educação para todos constitui um grande desafio: A Educação Inclusiva que é garantida pela Constituição Federal Brasileira, art. 208, III. A declaração da Salamanca em l994 reafirmou o direito de todos à educação, independente de suas diferenças, enfatizando que a educação para pessoas deficientes também é parte integrante do sistema educativo, contemplando uma pedagogia voltada as necessidades específicas e adoção de estratégias que se fizerem necessárias em benefício comum. A LDB 9.394/96, artigos 58 e 59 têm também como finalidade de concretizar preceito constitucional e responder ao compromisso com a “Educação para Todos”. Assume-se assim, o compromisso de uma educação comprometida para a cidadania, considerando sua diversidade. A educação inclusiva baseia-se na educação condizente com igualdade de direitos e oportunidades em ambiente favorável. A participação na Instituição da família, criança, num esforço conjunto de aprendizagem compartilhada é de suma importância.
Aprender a conviver e relacionar-se com pessoas que possuem habilidades e competências diferentes, expressões culturais e sociais são condições necessárias para o desenvolvimento de valores éticos, dentro dos preceitos básicos pedagógicos a estrutura curricular se apóia nos Eixos Norteadores, que orientam a base educacional que são:
 Identidade e Autonomia
Busca possibilitar a formação da criança a partir das relações sócio-histórico-cultural, de forma consciente e contextualizada, oferecendo condições para que elas aprendam a conviver com os outros, em uma atitude básica de respeito e confiança. O trabalho educativo pode, assim criar condições para as crianças conhecerem, descobrirem e resignificarem novos sentimentos, valores, idéias, costumes e papéis sociais. A identidade é um conceito de distinção, a começar pelo nome. A autonomia é a capacidade de se conduzir e tomar decisões por si próprias, levando em conta regras, valores. Identidade e autonomia é resultado da construção do próprio cotidiano em sala de educação infantil, onde a criança necessita estar conhecendo, desenvolvendo e utilizando seus recursos pessoais e naturais, para fazer frente às diferentes situações que surgirão.
 Conhecimento de Mundo
Refere-se à construção das diferentes linguagens pelas crianças e as relações que estabelecem com os objetos de conhecimento. È importante que tenham contato com diferentes áreas e sejam instigadas por questões significativas, para observá-los, explica-los se tenham várias maneiras de compreendê-los e representá-los. As diferentes linguagens propiciam a interação com o outro, emoções e a mediação com a cultura.
 Movimento
As crianças se movimentam desde que nascem, adquirindo cada vez maior controle sobre seu próprio corpo. Ao movimentar-se, expressam sentimentos, emoções e pensamentos, ampliando as possibilidades do uso significativo de gestos e posturas corporais. O movimento humano, portanto, é mais do que simples deslocamento do corpo no espaço.
As maneiras de andar, correr, arremessar, saltar resultam das interações sociais e da relação dos homens com o meio; são movimentos cujos significados têm sido construídos em função das diferentes necessidades, interesses e possibilidades corporais humanas presentes nas diferentes culturas. Diferentes manifestações dessa linguagem foram surgindo, como a dança, o jogo, as brincadeiras, mas práticas esportivas etc., nas quais se faz uso de diferentes gestos, postura e expressões corporais com intencionalidade. Ao brincar, jogar, imitar e criar ritmos e movimentos, as crianças também se apropriam do repertório da cultura corporal na qual estão inseridas.
O trabalho com movimento contempla a multiplicidade de funções e manifestações do ato motor, propiciando um amplo desenvolvimento de aspectos específicos da motricidade das crianças; refletir sobre as atividades no cotidiano acerca das posturas corporais.
As atividades deverão priorizar o desenvolvimento das capacidades expressivas e instrumentais do movimento, possibilitando a apropriação corporal pelas crianças, de forma que possam agir com mais intencionalidade. Devem ser organizadas num processo contínuo e integradas, que envolvam múltiplas experiências corporais.
Os conteúdos podem ser organizados em:
 Expressividade
Expressão Corporal;
Percepções.
 Coordenação e Equilíbrio
Coordenação Ampla;
Coordenação Fina e Coordenação Viso-Motor.
Artes Visuais
A arte visual; expressa, comunica e atribui sentido as sensações sentimentos pensamentos. Esta linguagem se faz presente no cotidiano da educação infantil como importante forma de expressão e comunicação humana, sofrendo influência da cultura onde está inserida. A criança, ao ingressar na instituição de ensino, traz consigo suas leituras de mundo pelas imagens. Dessa maneira, trabalhar a arte como geradora de conhecimentos dentro do contexto infantil e, portanto, portadora de um caráter lúdico, torna-se importante instrumento para o desenvolvimento perceptivo e cognitivo.
Neste sentido, a arte visual deve se estruturada como uma linguagem de códigos próprios e seu ensino devem articular os seguintes aspectos.
Produção: exploração e expressão, por meio da prática artística, desenvolvendo um percurso poético pessoal.
Apreciação: reconhecimento, análise e identificação de obras artísticas e de seus autores.
Reflexão: compreende a obra artística como produto cultural, possibilitando diversas interpretações.
Seus conteúdos:
Fazer Artístico
Elementos da linguagem visual
Leitura de Imagens
Trajetória Artística
Poética (estilos)
Música
A música é uma organização de sons presentes em diversas culturas, compreendidas como linguagem que traduz formas sonoras expressivas de sentimentos, pensamentos e sensações. Favorece nas crianças a aquisição de conhecimentos gerais e científicos, desenvolvendo potencialidades, como: observação, percepção, imaginação e sensibilidades, contribuindo para a sustentação de valores normas sociais. È imprescindível que a música faça parte do currículo, no processo ensino aprendizagem. Escutando, cantando, tocando instrumentos e articulando movimentos. Para a aquisição da linguagem musical se concretizar, são necessárias ações que envolvam o fazer, o perceber o contextualiza. Esta linguagem contempla:
 Apreciação Musical
Propriedades e qualidades do som.
Gêneros musicais, estilos musicais e elementos musicais.
 Fazer Musical
 Linguagem Oral e Escrita
É de grande importância na formação da criança e nas diversas práticas sociais. É importante considerar a linguagem como um meio de comunicação, expressão, representação, interpretação e modificação da realidade. Promover experiências significativas de aprendizagem. O convívio com a linguagem oral e escrita deve ser compreendido como uma atividade da realidade, considerando que as crianças são ativas na construção de seu conhecimento. Para que ocorra um desenvolvimento gradativo é preciso que as capacidades associadas estejam ligadas as competências lingüísticas básicas (falar, escutar, praticar leituras e escritas), que serão trabalhadas de forma integrada, diversificada abrangendo vários conteúdos :
§  Textos de diversos gêneros ( narrativos, informativos e poéticos );
§  Compreensão e interpretação de textos;
§  Ampliação do vocabulário;
§  Produção de texto oral e escrito;
§  Função social da escrita;
§  Evolução da escrita na humanidade;
§  Representação gráfica com diferentes tipos de letras e alfabetos;
§  Diferentes funções da escrita; lazer, identificação, registro, comunicação, informação e organização do pensamento.
Nesta perspectiva, a linguagem oral e escrita deve estar presente no cotidiano e na prática das instituições de educação infantil.
Assim, a linguagem não é um elemento “estático” nem “objetivo”, mas uma construção dinâmica, onde as pessoas se comunicam para informar, expressar seus sentimentos e idéias e compartilhar uma visão de mundo.
 Natureza e Sociedade
A percepção do mundo físico é direta: elas testam o que sabem, tocando, ouvindo, observando, elaborando hipóteses e procurando respostas às suas indagações. A atitude científica merece ser estimuladas por intermédio da observação, experimentação, manipulação e enriquecidos com conversas e ilustrações. As crianças adquirem consciência do contexto em que vivem e se esforçam para entendê-lo, por meio da interação com o meio natural e social.
Conhecer o mundo implica conhecer as relações entre os seres humanos e a natureza, as formas de transformações e utilizações dos recursos naturais, a diversidade cultural. Desta forma, as crianças adquirem condições de desenvolver formas de convivências, atitudes de polidez, respeito, cultivando valores sociais, intelectuais, morais, artísticos e cívicos, O professor precisa se interar destes domínios e conhecimentos. O importante será a descoberta.
Natureza e Sociedade reúnem aspectos pertinentes ao mundo natural e social abordando:
Grupos Sociais
A criança e a Família
A criança e a Escola
A criança e o Contexto Social
Seres Vivos
Seres Humanos, animais e vegetais.
Recursos Naturais
Água, solo, ar, luz, astros e estrelas.
Fenômenos da Natureza
Marés, trovão, relâmpagos, enchentes, estações do ano e outros.
 Pensamento Lógico-Matemático
A matemática é uma forma de pensar e organizar experiências ela busca a ordem e o estabelecimento de padrões, que requer raciocínio e resolução de problemas. As crianças estão imersas em um universo no quais os conhecimentos matemáticos fazem parte elas vivem em um mundo que experimentam o muito o grande o pequeno e o acabou. Trazem consigo um entendimento intuitivo dos processos matemáticos e de resolver problemas. O professor deve encorajar a exploração das idéias matemáticas relativas a números, estatística, geometria e medidas, fazendo com que as crianças desenvolvam o prazer e a curiosidade pela matemática no seu processo de desenvolvimento a criança vai criando várias relações entre objetos e situações por ela vivenciadas. Estabelecem relações cada vez mais complexas que lhe permitirão desenvolver noções mais elaboradas.
A matemática abrange os seguintes conteúdos:
Número
§  Função social do número;
§  Noções de quantidade;
§  Sistema numérico;
§  Inteiros;
§  Noção de números fracionários.
Geometria
§  Plana
§  Bidimensional
§  Espacial
§  Tridimensional
§  Medidas de grandeza (padronizadas e não padronizadas)
§  Medidas de tempo
§  Medidas de massa
§  Medidas de comprimento
§  Medidas de velocidade
§  Medidas de capacidade
Sistema monetário
Estatística
Tabelas e gráficos.
Maternal (2 a 3 anos)
 EIXO DE TRABALHO: LINGUAGEM ORAL E ESCRITA
OBJETIVOS
BLOCO DE CONTEÚDOS
Participar de variadas situações de comunicação oral e escrita para interagir e expressar desejos, necessidades e sentimentos, relatando suas vivências;Interessar-se e criar leitura de histórias;Familiarizar-se aos poucos, com a escrita por meio da participação em situações nas quais se faz necessária e do contato cotidiano como: livros, revistas, histórias em quadrinhos e etc.
Proporcionar a sala um ambiente alfabetizador, levando a criança a perceber que tudo que falamos e pensamos podem ser registradas.
Uso da linguagem oral para conversar, comunicar-se, relatar suas vivências e expressar desejos, vontades, necessidades e sentimentos, nas diversas situações de interações presentes no cotidiano;Participação em situações de leituras e escrita de diferentes gêneros feitas pela educadora e também pelas próprias crianças, como contos, poemas, parlendas, trava-línguas, etc.;Participação em situações cotidianas nas quais se faz necessário o uso da leitura e escrita;
Observação e manuseio de materiais impressos como: livros, revistas, histórias em quadrinhos etc.;

EIXO DE TRABALHO: PENSAMENTO LÓGICO MATEMÁTICO.
OBJETIVOS
BLOCO DE CONTEÚDOS
Estabelecer aproximações a algumas noções matemáticas presentes no seu cotidiano, como contagem, relações espaciais etc.Manipular e explorar objetos e brinquedos em situações organizadas de forma a existirem quantidades individuais.Classificar e seriar objetos a partir das cores, formas e tamanhos.
Realizar encaixes construindo novas formas.
Reconhecer e valorizar os números.
Ampliar as noções que envolvem as relações de comparação, classificação, seriação, ordenação.
Utilização da contagem oral, de noções de quantidade, de tempo e de espaço em jogos, brincadeiras e músicas junto com o professor e nos diversos contextos nos quais as crianças reconheçam essa utilização como necessária.Manipulação e exploração de objetos e brinquedos, em situações organizadas de forma a existirem quantidades individuais suficientes para que cada criança possa descobrir as características e propriedades principais e suas possibilidades associativas: empilhar, rolar, transvasar, encaixar, etc.Noções de grandeza, de posição, de direção e sentido e noções de tempo através jogos, brincadeiras e situações nos quais as crianças reconheçam essa utilização como necessária.
Exploração e conhecimento do esquema corporal, da lateralidade e localização no espaço em relação a outros objetos.
Semelhança e diferença entre as formas geométricas encontradas na natureza e dos objetos.

EIXO DE TRABALHO: NATUREZA E SOCIEADE
OBJETIVOS
BLOCO DE CONTEÚDOS
Explorar o ambiente para que possa se relacionar com pessoas, estabelecer contato com pequenos animais, com plantas e com objetivos diversos, manifestando curiosidade e interesse.
Participação em atividades que envolvam histórias, brincadeiras, jogos e canções que digam respeito às tradições culturais de sua comunidade e de outros grupos;Exploração de diferentes objetos, de suas propriedades e processos de transformação.Contato com pequenos animais e plantas.
Conhecimento do próprio corpo por meio do uso e da exploração de suas habilidades físicas, motoras e perceptivas.
Conhecimento de fatos e acontecimentos sociais do presente e do passado, bem como a valorização destes.
 EIXO DE TRABALHO: MÚSICA
OBJETIVOS
BLOCO DE CONTEÚDOS
Ouvir, perceber e discriminar eventos sonoros diversos, fontes sonoras e produções musicais.Brincar com a música, imitar, inventar e reproduzir criações musicais.
O fazer musicalExploração, expressão e produção do silêncio e de sons com a voz, como corpo e com materiais sonoros diversos.Interpretação de músicas e canções diversas.
Participação em situações que integrem músicas, canções e movimentos corporais.
Apreciação Musical
Escuta de obras musicais variadas.
Participação em situações que integrem músicas, canções e movimentos corporais.
 EIXO DE TRABALHO: ARTES VISUAIS
OBJETIVOS
BLOCO DE CONTEÚDOS
Ampliar o conhecimento de mundo que possuem, manipulando diferentes objetos e materiais, explorando suas características, propriedades e possibilidades de manuseio e entrando em contato com formas diversas de expressão artística.Utilizar diversos materiais gráficos e plásticos sobre diferentes superfícies para ampliar suas possibilidades de expressão e comunicação.
O Fazer Artístico Exploração e manipulação de materiais, como lápis e pincéis de diferentes texturas e espessuras, brochas, carvão, carimbo, lixas, etc.; de meios como tintas, água, areia, terra, argila, massinha etc.; e de variados suportes gráficos como jornal, papel, papelão, parede, chão, caixas, madeiras etc.Exploração e reconhecimento de diferentes movimentos gestuais, visando a produção de marcas gráficas.
Cuidado com o próprio corpo e dos colegas no contato com os suportes e materiais de artes.
Respeito e cuidado com os materiais e com os trabalhos e objetos produzidos individualmente ou em grupo.
Apreciação em Artes Visuais
Observação e identificação de imagens diversas.
 EIXO DE TRABALHO: MOVIMENTO
OBJETIVOS :BLOCO DE CONTEÚDOS
Familiarizar com a imagem do próprio corpo;
Explorar as possibilidades de gestos e ritmos corporais para expressar-se nas brincadeiras e nas demais situações de interação;
Deslocar o próprio corpo com destreza progressiva no espaço, ao andar, correr, pular… desenvolvendo atitude de confiança nas próprias capacidades motoras;
Explorar e utilizar os movimentos de preensão, encaixe, lançamentos para o uso de objetos diversos.
 Expressividade
Reconhecimento progressivo de segmentos e elementos do próprio corpo por meio da exploração, das brincadeiras, do uso do espelho e da interação com os outros.
Expressão de sensações e ritmos corporais por meio de gestos, posturas e da linguagem oral.
Equilíbrio e Coordenação
Exploração de diferentes posturas corporais, como sentar-se em diferentes inclinações, deitar-se em diferentes posições, ficar ereto apoiado na planta dos pés com e sem ajuda etc.
Ampliação progressiva da destreza para deslocar-se no espaço por meio da possibilidade constante de arrastar-se, engatinhar, rolar, andar, correr, saltar etc.
Aperfeiçoamento dos gestos relacionados com a preensão, o encaixe, o traçado no desenho, o lançamento etc., por meio da experimentação e utilização de suas habilidades manuais em diversas situações cotidiana.
As atividades desenvolvidas no Maternal priorizam as aprendizagens que propiciam o desenvolvimento progressivo da autonomia, considerando a especificidade da faixa etária, bem como a metodologia de projetos. Por exemplo, o grupo passará a prever regras que viabilizem a organização do ambiente de aprendizado, de trocas entre seus pares, tais como: o falar e o ouvir de forma sistematizada; a construção e aceitação das normas de convivência; a realização do uso de talheres, do banheiro, de materiais de sala, entre outros, com a interferência do educador somente nos casos em que as crianças apresentam reais dificuldades em realizar tais tarefas.
As propostas de trabalho para o maternal prevêem contato mais direto com os diversos materiais. As atividades realizam-se a partir de recursos, como: vídeo, materiais impressos (livros, jornais, revistas, encartes…), música, lápis, canetinha, giz de cera, massinha, diferentes tipos de papéis, cartazes, quadro negro, mural, brinquedos e jogos, etc.
BRINCADEIRA É COISA SÉRIA
A função do brincar na infância é tão importante e indispensável quanto comer, dormir, falar etc. É por meio dessa atividade que a criança alimenta seu sistema emocional, psíquico e cognitivo.
Ela elabora e reelabora toda sua existência por meio da linguagem do brincar, do lúdico e das interações com seus pares.
A brincadeira permeia a própria existência humana, porém, durante os seis primeiros anos, a criança utiliza-se dessa linguagem para se expressar e para compreender o mundo e as pessoas. Ela desenvolve, gradativamente, competências para compreender e/ou atuar sobre o mundo.
O brincar é para a criança uma possibilidade de se ter um espaço onde a ação ali praticada é de seu domínio, isto é, ela é seu próprio guia, ela age em função de sua própria iniciativa.
Esse é sem dúvida um elemento importante: a criança toma a decisão para si – vai ou não brincar; isto lhe dá a chance de experimentar sua autonomia perante o mundo.
Forma de comunicação integrada, a brincadeira marcada pelo faz-de-conta e pela magia é uma atividade que contribui para uma passagem harmoniosa da criança pelo mundo das atividades reais da vida cotidiana, com outros significados.
Ao brincar a criança entra definitivamente no mundo das aprendizagens concretas. Ela elabora hipóteses e as coloca em prática, constrói objetos, monta e desmonta “geringonças”, enfim, ela manipula todas as possibilidades dos objetos de seu universo de acesso.
No faz-de-conta ela realmente tem a chance de construir sua própria realidade, ela utiliza-se de elementos concretos, da sua realidade cotidiana e lhes atribui outro sentido. Na esfera do faz de conta, uma pedra vira um chocolate, a boneca vira um nenê de verdade, com o qual se conversa. A criança sabe que não é um nenê de verdade, mas faz-de-conta.
Segundo Gardner (1993) tratar um objeto como se fosse um outro (jogo simbólico) é uma forma de “metarrepresentação”, já que a criança conhece o objeto mas atribui-lhe outras propriedades para obter os efeitos desejados; pode pensar mais além do mundo da experiência direta, sendo capaz de imaginar, ao mesmo tempo que põe em prova seus conhecimentos.
Ao mesmo tempo em que o brincar permite que a criança construa e domine cada vez melhor sua comunicação, faz com que ela entre em um mundo de comunicações complexas, que mais tarde serão utilizadas na educação formal.
Brincando a criança toma decisões, desenvolve sua capacidade de liderança e trabalha de forma lúdica seus conflitos. Ela decide se está na hora do nenê/boneca dormir, acordar, comer etc. No jogo da brincadeira a criança toma suas próprias decisões,
Na Educação Infantil a criança se percebe como sujeito de direitos e de deveres; ele está num grupo, tem que conviver e negociar com ele o tempo todo e as brincadeiras e as interações, dirigidas ou não, se misturam num eterno novo fazer todos os dias.
É importante que o adulto saiba e compreenda que a criança tem necessidade de brincar, de jogar por jogar, pelo simples prazer, não por obrigação, com hora marcada ou para conseguir objetivos alheios.
É essa liberdade, essa ausência de exigências externas que faz com que se aflore e estimule a iniciativa, a criatividade e a invenção.
A brincadeira e/ou o jogo proporciona benefícios indiscutíveis no desenvolvimento e no crescimento da criança. Por seu intermédio, ela explora o meio, as pessoas e os objetos que a rodeiam, aprende a coordenar variáveis para conseguir um objetivo, aprende e aproxima os objetivos com intenções diversas e com fantasia.
Segundo Vygotsky, o jogo cria uma zona de desenvolvimento própria na criança, de maneira que, durante o período em que joga ela está sempre além da sua idade real. O jogo constitui-se, assim, uma fonte muito importante de desenvolvimento.
O brincar proporciona esse desenvolvimento, por se tratar de uma atividade que possibilita espaço para ensaiar, provar, explorar, experimentar e, ao final, interagir com as pessoas e com os objetos que estão ao seu redor.
Os jogos vão se estruturando conforme o estágio evolutivo da criança. No começo, predominam os jogos sensório-motores, de caráter manipulativo e exploratório; com o passar do tempo, mudam-se os jogos, seus objetivos e seus fins (jogo de construção, de simulação e de ficção). Mais adiante ainda, a criança será capaz de participar de jogos que envolvem regras, onde poderão coordenar suas próprias ações com a dos companheiros de jogo (jogos esportivos, de cooperação, de competição etc.).
Os jogos sociais favorecem e incrementam novos repertórios, novas aprendizagens. Assim a criança passa pela infância, chega na vida adulta, dando e imprimindo sua própria marca e significado à vida.
AVALIAÇÃO
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação, sancionada em dezembro de 1996, estabelece, na Seção II, referente à Educação Infantil, artigo 31, que: “… a avaliação far-se-á mediante o acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental”.
A prática de avaliação na Educação Infantil é de natureza diversa da avaliação no ensino fundamental. Pode-se utilizar métodos diferentes, pelos quais se registram observações feitas. Porém, a escrita é, certamente, o mais comum e o mais acessível. O registro, as observações e as impressões diárias em muito contribuirão para o planejamento educativo.
Avaliar a criança pequena requer, do educador que a conduzirá pela vida escolar, conhecimento prévio sobre seu desenvolvimento e características singulares .
É preciso saber como ela assimila os novos conhecimentos, como responde aos estímulos e como acontece o processo maturacional e social dessa criança.
Ao observar a aquisição e a construção do conhecimento nas diversas áreas, analisando a dinâmica biopsicossocial da infância, percebe-se que a criança possui uma articulação mental, cognitiva e afetiva única. É essa articulação, juntamente com as interações sociais – realizadas principalmente na instituição – transformadas em conhecimentos, que serão alvo de observação e análise.
Por meio de observações e registros diários é que o educador elaborará avaliações significativas e contextualizadas, que poderão contribuir qualitativamente para o processo de aprendizagem de alunos e professores.
Nesse contexto de avaliação formativa deve-se atentar para o fato de que essa criança está em processo de intenso aprender e interagir. Portanto, não se deve fazer registros que venham denegrir ou rotular essa criança, sob pena de prejudicar sua vida escolar futura. “Quando o educador relata por escrito, tem a oportunidade de distanciar-se de si mesmo para fazer uma análise mais profunda de todas as variáveis que permeiam uma situação” (J.Hoffman). Assim, esse educador pode fazer uma análise crítica do seu trabalho didático-pedagógico e, consequentemente, uma auto-avaliação coletiva No centro de educação infantil, a fim de redimensionar e redirecionar práticas pedagógicas.

Na construção de conhecimentos significativos, cada criança tem seu tempo e faz sua própria leitura dos objetos. Portanto, há que se atentar para o fato de que objetivos e avanços no processo de aprendizagem acontecem e se manifestam em diferentes tempos e formas distintas para cada criança. Aquisição de conhecimentos não acontece de forma linear; a análise deve ser individual e gradativa.Os pais, como partícipes desse processo, têm o direito e o dever de acompanhar todo o desenvolvimento da aprendizagem de seus filhos, como os avanços, as conquistas ou eventuais dificuldades, a fim de compreender todo o processo educativo, seus objetivos e as ações desenvolvidas pela instituição.

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